Cabo Josino Viloso foi o único militar que aceitou o desafio de assumir a Delegacia do Alvide, uma terra de desocupados e de valentões. Os dois concorrentes à mesma Delegacia, homens de mais juízo, desistiram à última hora e ainda lhe abriram os olhos - 'Cuidado, companheiro, o chão do Alvide é imprestável. Só acolhe cria de cobras, de lacraias e de onças'. Mas a vidinha pife da caserna pesara. Detestava o serviço da estrebaria, tinha horror a bosta de cavalo. O Cabo bateu o pé - 'A vida é minha, eu acabo com ela como quiser, e não é da conta de ninguém. Taí. Pronto'. Cabo Josino estava resignado a morrer em nome da Lei e do Estado. Era a sua chance; o fim da vida de subalterno. Ali começaria o seu futuro. Os oficiais superiores não enxergavam as suas melhores qualidades, a inteligência, a sisudez, a bravura, o legalismo, e outros atributos que poderiam ajudar na sua promoção. Só destacavam nele a cabeça de tijolo, o peito de argamassa. Compenetrado de sua missão, o Cabo se dizia e se mostrava determinado, por convicção, a sacrificar os seus ócios e talentos numa oferenda à paz de seu Estado. Mas cabo Josino viera para ficar.