OSWALD DE ANDRADE: UM ANTROPÓFAGO COMUNISTA - originalmente defendido como Dissertação de Mestrado em História na UFMG, em março de 2012 - buscou analisar o período da virada ideológica de José Oswald de Sousa Andrade (1890-1954), que ocorreu durante o conflituoso período entreguerras, marcado por agudos conflitos político-ideológicos e profunda polarização, no Brasil e no mundo, com a ascensão do fascismo e do nazismo, a Grande Depressão, a Guerra Civil Espanhola e a ditadura do Estado Novo no Brasil, entre outros acontecimentos e processos históricos relevantes.  Ao se utilizar do conceito de cultura política e, mais especificamente, de cultura política comunista, Valdeci Cunha buscou na obra e trajetória de Oswald, nos anos 20 e 30, a percepção de possíveis permanências e, principalmente, de mudanças em sua perspectiva política e acerca do papel do intelectual na sociedade. A cultura política comunista teria, entre suas principais características - segundo o historiador e sociólogo francês Marc Lazar -, a recusa ao individualismo, a fidelidade irrestrita ao partido, a disciplina e abnegação do militante, além da observância de uma vida privada regrada por preceitos morais rígidos. Algumas questões levantadas, dentre outras, destacam-se nesta pesquisa: qual o lugar ocupado por um intelectual como Oswald de Andrade, conhecido como indisciplinado boêmio, no Partido Comunista do Brasil? Como o escritor paulistano avaliava o partido e a militância? Como pensava a revolução e o papel do povo e do proletariado? Como pensava seu próprio lugar como intelectual engajado e militante? Este livro aborda, em suma, alguns dos dilemas da trajetória de um dos mais controvertidos e criativos escritores da literatura brasileira.