Um dos traços mais marcantes da poesia de Plínio de Aguiar é a discrição. Não há em seus versos a exaltação épica, o ritmo marcial das certezas ou mesmo o arroubo lírico dos apaixonados. Esse mesmo timbre pode ser observado tanto em sua primeira coletânea de poemas, Lira rústica (2005), como neste novo trabalho, Buraco na meia. A poesia de Plínio é de uma leveza semiclandestina, como se buscasse alcançar a humilde invisibilidade dos objetos cotidianos.