Cada sociedade impõe ao indivíduo um uso rigorosamente determinado de seu corpo, e a própria percepção da doença e da dor se refere a fatores cognitivos e sensoriais socialmente determinados. O recurso ao médico e o consumo de medicamentos estão ligados a uma estrutura de classes mediante o uso do corpo e da Medicina científica, que tem sobre aquele um controle ideológico quase absoluto. Além de enriquecer o debate sobre a função social da Medicina, abordando também as práticas médicas populares, este livro analisa as relações entre o indivíduo e a cultura numa sociedade de classes.