Revolucionária. Talvez seja esta a palavra que melhor descreva Eros Volusia, bailarina que inaugurou a dança brasileira ao trazer para os palcos tradicionais do país e do mundo elementos das manifestações populares, conferindo identidade aos espetáculos brasileiros. Samba, candomblé, danças indígenas tudo serviu às coreografias que Eros desenvolveu com o intuito de expressar através dos movimentos a alma brasileira. Nascida em uma família de artistas, desde criança Eros esteve em contato com a dança desde cedo, e ainda adolescente apresentou-se em um recital do Tetro Municipal, descalça e acompanhada por violões e batucadas, para espanto e delírio da platéia. Mesmo formada em dança clássica, Eros optou por construir um trabalho pautada pela pesquisa de novos movimentos, ritmos e sons que ela encontrava nas ruas e nos terreiros. Comparada a Izadora Duncan, Eros levou seu trabalho aos palcos internacionais e à Hollywood, sempre retornando ao Brasil onde influenciou gerações de bailarinos. Em A criadora do bailado nacional, Roberto Pereira resgata não só o legado de Eros Volusia para a arte brasileira como também uma parte importante da história da dança contemporânea nacional