Como representante do Estado, o problema dos direitos humanos para o diplomata nao se esgota numa abordagem etica. Ao longo do processo de negociacao, os interesses politicos e economicos nacionais e internacionais tem de ser levados a mesa. Mas a legitim'Os Direitos Humanos como Tema Global' é um livro de qualidade. Enriquece a bibliografia da matéria, inovando-a em função do seu ângulo de abordagem. Com efeito, como pertinentemente o autor aponta na introdução, a perspectiva do diplomata no trato dos direitos humanos, enquanto representante de um Estado, não pode ser idêntica à do jurista, à do professor universitário ou à de um militante de uma organização não-governamental. Estes podem guiar-se exclusivamente por uma ética de princípios. Aqueles, porque não podem deixar de ponderar a complexidade dos fatores políticos incidentes no assunto, precisam um ex officio levar em conta os interesses no plano interno e internacional do Estado que representam. Esta tensão e este risco são a inquietação subjacente à reflexão do autor.