Em romance de estreia, jovem autora inglesa conquista prêmios com texto singelo e profundo Um lugar úmido onde flores aparecem misteriosamente na porta das casas. Pessoas olham com desconfiança. Uma infância atribulada e intensa. Isso é só o começo de uma história cujo cenário é repleto de cores e intuição. Olhos de menina são os olhos de Eve Green, uma criança sensível que se torna uma mulher singular, que tem de aprender a enfrentar difíceis lições. Eve - cujo nome significa "aquela que respira, que vive" - convive com uma dor reprimida e com estranhas amizades. No romance de Susan Fletcher - jovem escritora de formação e profissão, que em seu primeiro trabalho já saiu com dois prêmios literários que revelam grandes autores no Reino Unido -, passado e presente transitam em harmonia. Fletcher trabalha com cenas memoráveis em que transcendem os pensamentos e as características físicas da protagonista, o que confere um traço forte de narrativa fotográfica, com raios incisivos e filtros de cor. Menina-mulher, rubra e romântica A capa da edição brasileira, além de manter o mistério da personagem, não mostrando um rosto reconhecível, destaca os cabelos ruivos de Eve - marca tão forte da sua diferença e da sua identidade. Vê-se uma menina ruiva de costas, envolta numa atmosfera de encantamento e mistério. O diferencial de usar um penteado como o coque ressalta a perspectiva que prevalece da personagem no livro, a de Eve adulta. Uma retrato evocativo, um tanto nostálgico e romântico, com uma sugestão de papel de parede no fundo e uma rosa vermelha em primeiro plano. Interessante notar no título a palavra olhos, sobretudo o fato de estes olhos estarem localizados na parte de trás da cabeça - como se a personagem tivesse o poder de enxergar por trás. A imagem da capa reflete o texto, que trabalha a força da intuição da Eve.