O que existe do lado de lá, bem depois da linha branca, onde o céu encontra o mar? Essa pergunta várias vezes evocada pela brasileirinha Marina, filha de pescadores e tataraneta de africanos, dá início à narrativa do mito de Iemanjá, a divindade mais popular da cultura e das religiões afro-brasileiras. Por meio de versos e imagens em xilogravura, Marlene Crespo envolve as crianças na magia e no humanismo nesse episódio da mulher ancestral africana. De forma poética e delicada, a autora revela, nesse episódio, a fraqueza e a força de Iemanjá no seu desejo de libertação. Uma história inspiradora para a educação emancipadora, com a afirmação de gênero e de raça, em um momento em que o país atravessa um forte retrocesso político.