Não sou noctívago. Nunca fui. Com artrose nos ombros, quadris doloridos, revirar na cama, dormir, interrompe-se, se escreve, para novo sono... O cansaço da manhã se oculta, no casaco acordado. C est la vie. No alto, melhor que no vale, os coriscos que acendem no céu, desenham, abrem a observação... Os poemas partem de um escuro de inspiração, de repente, fato minúsculo, carregado sem saber de alguma energia, da ponta da caneta, nascem em formas que até o autor surpreendem, como leitor desavisado...