O livro As Drogas de Apolo disseca, de maneira inovadora, as relações de poder e hierarquias presentes no cotidiano das academias de musculação e bodybuilding, mostrando como a construção social da pessoa fisiculturista é realizada por intermédio de um ritual específico de instituição associado ao uso de drogas, remédios e suplementos, visando à produção de uma estética hipermasculinizada dominante. Além desse aspecto, o livro desvela o surgimento de uma era na qual o controle da imagem corporal se impõe às pessoas com peso incontornável. Controle associado a dispositivos institucionais que administram subjetividades e comportamentos em um movimento micropolítico neoliberal, no qual a formação de um corpo-vitrine-empresa transforma-se também em valor a ser investido no mercado das trocas imagéticas das redes sociais e competições. No caso brasileiro, essa dinâmica caracteriza-se pela conjugação da busca por um modelo físico hegemônico, paradigma de dominação, portador de [...]