Em seu livro O Futuro da Natureza Humana, Habermas defende uma estratégia argumentativa contra o que se convencionou chamar de eugenia liberal baseado em uma ética da espécie. Escolhe essa estratégia por que endossa o diagnóstico de Dworkin de que a moralidade convencional, ou ao menos parte dela, seria colocado em xeque pelos atuais e futuros avanços no campo da engenharia genética aplicada à medicina reprodutiva. Pretende-se aqui reconstruir os principais passos do que Habermas diz a respeito da eugenia liberal, quais as principais críticas que recebeu, examinar a pertinências de algumas dessas críticas, e avaliar externamente com base na justiça social essa estratégia argumentativa.