Sensibilidade, Bruno Felix tem de sobra, e com criatividade e maestria consegue passá-la adiante. Amigo de sua família, o conheci ainda garoto. A proximidade viria bem depois por ser cliente do estabelecimento comercial de seu pai, e estreitou-se via música, como admirador de seu talento. Certa feita, soube que Bruno, guitarrista, estava se dedicando ao "Blues". E tem sido grata e renovada surpresa ouvi-lo tocar, um estilo em que os intérpretes se fazem notar pela criatividade harmônica e fraseados nos solos. Ele vai mais além, e se fez admirado não apenas como instrumentista. Surpreendeu, de igual maneira, como compositor, conforme ficou registrado em seu álbum, Bruno Felix& Voodoo Kings, de zelosa produção. Na faixa "Blues do Cidadão", a única em português, exterioriza de forma bem-humorada, crítica à carga tributária escorchante em nosso país. Sua atuação artística, na qual se incluem eventos culturais beneficentes como o Rock in Rua, já em 2014, teve reconhecimento da Academia Paraisense de Cultura, que lhe outorgou diploma de Honra ao Mérito. Com a mesma facilidade que tem no trato com sustenidos, bemóis e acordes dissonantes, Bruno lida com ideias, as materializando em apreciados textos como poeta e escritor. A primeira obra, "O Busto de Adão e outras Poesias", veio a lume em 2015. Dois anos depois, o romance "A Menina e o Equilibrista", afora suas periódicas postagens em redes sociais, sempre convidativas à reflexão, e não raras vezes com pitadas de irreverência, como convém aos pensadores que não se prendem ao lugar comum, e ousam expor seus pontos de vista. "Poemas Classificados" certamente irá lhes proporcionar agradável leitura. Tive o privilégio de vê-los desde o nascedouro, em nossas edições do Jornal do Sudoeste. Nelson de Paula Duarte, jornalista, membro da Academia Paraisense de Cultura.