Trata-se de um contributo interessante e original para a dogmática da negligência inconsciente em Direito Penal, que ultrapassa na sua relevância o campo de concentração temática. Escolhendo uma questão particularmente difícil justamente pela sua «excentricidade» – para testar a possibilidade de tomar o discurso e a análise científica (das ciências cognitivas e em particular da neurociência) como ancilar do Direito Penal como disciplina dogmática, isto é, como disciplina que procura resolver casos práticos através de princípios gerais, Ana Bárbara Sousa Brito reclama para o campo jurídico académico e da praxis judicial um novo parceiro de discussão e possível questionamento. Só isso, que já é tanto, teria valido o esforço e o tempo deste trabalho. Teresa Pizarro Beleza, Professora catedrática de Direito Penal da UNL Rui M. Costa, Investigador principal da Fundação Champallimaud (Do Prefácio)