Depois de discutir longamente a obra musical em termos quase ontológicos, convém agora atentar para o fato de que as relações entre elementos em uma obra musical são produzidas e evoluem no tempo através da ação de sujeitos concretos. Esses sujeitos - intérpretes, autores, diretores musicais, curadores - encaminham a obra para a sua execução, segundo regras de conduta gerais baseadas na tradição, no respeito à figura do autor e na imitação de referências diretas. Esse bloco de contingências é posto em funcionamento diante das demandas do projeto composicional que, por sua vez, se adapta em função de objetivos práticos. Mesmo diante de prescrições claras, um projeto composicional pode não seguir o curso definido por seu autor, adquirindo novas características.