Este livro trata de uma vasta pesquisa a respeito da vida da população adolescente e jovem das escolas públicas da cidade de Belo Horizonte. O critério metodológico permitiu que se buscassem sujeitos em situação de risco socioeconômico, uma das principais características da pesquisa. Contando com o apoio da FAPESP, durante meses os autores entrevistaram centenas de estudantes (no final foram validados 880 questionários) e analisaram suas respostas sobre temas tais como: aspectos socioeconômicos, relação com as instituições, vida escolar, vida sexual, cuidados em relação à AIDS e outras DSTs, cuidados com a saúde, exposição a risco, relação com as drogas, tentativas de suicídio e impactos dos fatores de proteção social e afetivos. Dentro da população abordada, incluem-se indivíduos com deficiência, para os quais foi reservado um capítulo. A teoria fundamental que ajudou a tecer o trabalho foi a teoria da resiliência, aqui compreendia, em poucas palavras, como o fenômeno de superação de grandes adversidades. Acredita-se que a população estudada se caracteriza no perfil de um grupo de risco, o que permite fazer análises sobre seus posicionamentos frente a fatores de risco e de proteção, sempre com o auxílio de uma bibliografia vasta, profunda e consistente. Uma obra dessa amplitude e densidade pode ser de interesse de um vasto público. Antes de tudo, trata-se de um estudo desenvolvido por psicólogos, o que já determina uma classe de interessados. Mas os temas tratados nestas páginas atendem igualmente aos diversos profissionais da área da saúde, sejam os que lidam com a prevenção, os cuidados do tratamento, a saúde pública, os estudos epidemiológicos, os cuidados com a preservação da saúde e a exposição aos riscos. No campo da educação, além das relações com os estudos, abordam-se as relações com diretores e professores, bem como o suporte familiar e dos pares. Quanto ao segmento social, fenômenos tais como a violência, o acesso a recursos digitais, as características de suas habitações, as alternativas de lazer, os relacionamentos com amigos e com as instituições estão presentes. Essa amostra do que foi trabalhado a partir das informações apresentadas por adolescentes e jovens de 14 a 24 anos justifica a relevância dos estudos aqui elaborados e convida para reflexões e novas pesquisas.