Esta obra, graças ao talento do autor, é de uma extraordinária e paradoxal leveza. É uma personalidade, forte, grave e repentista, simultaneamente. Todos os textos estão citados em versão original (grego, latim, francês antigo, russo, inglês, alemão, espanhol, português) e em tradução. Esta convocação de vozes estrangeiras cria a beleza. A maqueta oferece percursos muito variados. Encontramos jogos, sob a forma de perguntas e respostas, estas a procurar três páginas mais adiante. Não nos aborrecemos. E tudo isto é, no entanto, muito sério. Nas notas, em corpo pequeno, encontramos as biografias dos escritores, resumos de obras e definições. O primeiro capítulo coloca a questão principal: "Existe uma literatura Europeia?". E cedo nos apercebemos que todo este livro é pontuado por questões. Este livro erudito é o livro das questões. A elas o autor não responde sempre: "Ainda uma questão insolúvel." É que para Backès, como maravilhosamente escreve após ter evocado Homero e Hamlet ("There are more things in heaven and earth...."), "a história da literatura europeia é a da curiosidade insaciável". Um livro óptimo para percorrer solitariamente e a devorar com pequenas "dentadas", com uma insaciável gulodice." "O autor define a literatura europeia (completamente diferente da soma das literaturas de cada país), explica porquê e como ela existe e desenvolve-lhe, passo a passo, a história, desde o início da nossa era até ao nosso século, antes de tomar os assuntos tematicamente (poesia, romance, etc.). Este grande livro, que poderia ser penoso, é de leitura fácil graças à sua divisão em capítulos muito curtos (cerca de duas páginas) e à clareza de redacção: em nota, breves, mas numerosas, notícias sobre os autores e a sua obra; em quadros, os textos citados (igualmente numerosos; sempre com tradução) e os comentários sobre pontos precisos. Em suma, uma mina de ensinamentos, muito útil e comodamente explorável." JEAN-LOUIS BACKÈS, professor de Literatura Comparada na Sorbonne.