Os personagens não têm nome, nem estão situados em nenhum lugar ou tempo determinados. A partir da 1ª pessoa, a autora apresenta o paradigma do amor impossível que se mostra em múltiplos momentos na vida da mulher a partir da sua primeira relação (impossível) com o pai. Essa experiência vivida e vista socialmente como tabu, provoca violação e reprovações e se manifesta, muitas vezes, como pivô do adultério real ou imaginário. Pelas fantasias e lembranças, a autora mostra a presença de um sentimento de incompletude, um vazio que permanece ao longo da vida de qualquer mulher quando na relação não se dá o acertado corte. Sentimento que surge em situações as mais inusitadas e acarreta conflitos, culpa, vergonha, violência e tragédias. No livro Apassionada, a autora faz ver que o corte só se realiza num novo relacionamento em que o Outro sabe compreender, enfrentar e suportar a investida da padecente, ajudando a libertá-la dos seus fantasmas.