Acostumado ao trabalho formal da promotoria de justiça, de repente fui colocado no centro de um furacão. De um lado, milhares de alunos ocupando escolas públicas, com o apoio dos pais, amigos, sindicalistas e autoridades da educação. Na outra ponta, também milhares de alunos, pais e professores revoltados com a paralisação das aulas. Todos na defesa de direitos fundamentais frente ao promotor de justiça. O que fazer? Nessas horas, a resiliência, a experiência profissional e o conhecimento científico, além do respeito que a sociedade sente pelo Ministério Público constituem requisitos indispensáveis para a negociação coletiva na busca da solução pacífica dos complexos conflitos sociais. Ameaças veladas de morte, cerco ao Fórum, palavrões e posts intimidatórios foram algumas das armas utilizadas contra meu trabalho. No final, prevaleceu a lei, ainda que por força de uma importante decisão judicial, e todos voltaram às escolas para, de agora em diante, simplesmente, estudarem!