Que importância pode ter um corrimão? A resposta a esta pergunta, aparentemente trivial, é o fio condutor da narrativa que a jornalista Valquíria Sganzerla escolheu para compartilhar a experiência de quem é diagnosticada com esclerose múltipla, aos 35 anos, passa a entender como a doença, até então não identificada, já havia marcado momentos da sua vida e continua construindo a própria história, passo a passo, dia a dia, apesar da dura realidade. Da euforia aparentemente deslocada, ao receber a notícia do neurologista, às múltiplas emoções experimentadas ao longo dos anos que convive com a doença, a jornalista compartilha, sobretudo, os caminhos que escolheu para não se render à tentação de apenas sobreviver à enfermidade, as trilhas para aproveitar o que a vida ainda tem para lhe oferecer. E todos esses caminhos convergem para corrimões. O corrimão físico, no qual nos apoiamos ao subir (ou descer) uma escada, quando temos dificuldade de locomoção. O corrimão afetivo, calcado nos relacionamentos de amor e amizade, que nos sustenta quando mal podemos contar com as nossas próprias pernas. O corrimão da fé, encontrado a partir das dúvidas que nos abatem quando nos vemos em um beco sem saída e que se alimenta da capacidade de enxergar a benção da vida além do próprio umbigo. Valquíria descobriu a importância de cada um deles e, generosamente, conta-nos como isso aconteceu, em um relato amoroso e tocante. Vera Dias, jornalista, consultora de comunicação e autora do blog 2xTrinta (veradiasduasvezestrinta.blogspot.com)