É a crônica que nos faz pensar naquilo que sempre esteve ali, mas não havíamos percebido. Ela tira do cotidiano mais ordinário a ilustração para uma cosmovisão mais profunda ou, bem menos pretensiosa, nos mergulha na vicissitude, sem a intenção de nos ensinar nada, senão, nos fazer parar e sorrir daquilo que é fugaz. Fabricio Cunha é especialista nisso. Escreve crônicas com a habilidade de um artesão. Nos faz rir e chorar, refletir ou praguejar, mergulhar dentro de nós mesmos ou perceber o que de mais simples e superficial está à nossa volta, fazendo-nos sentir numa conversa na mesa da cozinha, onde a liberdade e a intimidade são patentes. Segundo Antônio Prata, um dos cronistas mais reconhecidos no Brasil, o olhar que o Fabrício tem para o mundo é sempre sensível e corajoso daquela coragem dos que usam a literatura para abaixar a guarda e ver mais de perto, se aproximando do leitor, não, como tantos, hoje em dia, se escondendo atrás do sarcasmo ou da ironia. [...]