Com a publicação de 'O homem', Aluísio Azevedo consolidou sua posição ímpar no Naturalismo brasileiro do século XIX. Mesmo seguindo com entusiasmo alguns princípios científicos daquela corrente literária, o romancista não transformou sua narrativa numa espécie de tratado médico. Imprimiu-lhe ingredientes romanescos com as qualidades da língua literária. Magdá, a mulher que sofre de histeria em decorrência de questões afetivas não resolvidas, é uma personagem dividida. Em sonhos e delírios, avulta-se a livre expressão de sua sexualidade e carência amorosa. Nos episódios de lucidez, refugia-se em rígidos princípios morais e religiosos, denegando as experiências vividas no sonho e nas crises patológicas. Luís, um trabalhador de pedreira, é o homem, seu parceiro amoroso no mundo imaginário. O trágico acompanha a doença de Magdá, para explodir de forma surpreendente no final do romance.