Fiama Hasse Pais Brandão nasceu em Lisboa, em Agosto de 1938. Participou no movimento de Poesia 61, onde a sua escrita depressa se singularizou, numa obra que haveria de se diversificar pela novela, o teatro, o ensaio e a tradução. Em meados dos anos sessenta, a propósito do seu livro (Este) Rosto, António Ramos Rosa referiu alguns dos aspectos que iriam permanecer na poesia de Fiama: "Sempre a tensão que nasce de um olhar fito num mundo incerto, angustiantemente móvel ou de uma imobilidade insustentável e, em contraste, a tentativa de manter a disponibilidade de ‘o simples dom de ver que olhar emite ou colhe" (...) "Todo o espaço desta poesia a um tempo ardente e fria, retraída na posição mais intensa da atenção, nos dá, na sua exteriorização, e na sua dimensão cosmogónica, a busca de um ‘impensado’ que é o próprio objecto ‘a consciência de si’." (...) "O poema confronta-se com a ‘imutável mudança dos signos da terra’, procura reconciliar a imobilidade e o movimento, encontrar o impossível ‘lugar no tempo’, abrir o humano ao cósmico, mas é o seu próprio percurso que ele faz num movimento que o descentra continuamente de si mesmo, o arranca ao silêncio para sobre ele se construir e nele se absorver."