o novo livro de Sil Schmidt, situa a poesia para além de um território atual, não apenas perante a visão que se estabelece no terreno estético, mas como ela mesma define “diante de um momento crítico da história na terra”, sob o signo do futuro. E esse devir político que tanto preocupa a todas e todos nós, a partir de um tempo que ora constrói e ora destrói realidades, é como já disse o filósofo, o do animal falante enquanto animal político. E aí é preciso cultivar a animalidade dos signos, dos movimentos, salto e voo para as profundezas da escrita como em Autorretrato: Aninhada como um pássaro rosa e cinza/ uma fragilidade – parede que cristaliza/ sua tristeza entre tantas cenas coloridas/ forte por dentro pura mentira/ um quase ninho-vazio/ não por falta mas pela matriz/ a forma energia que a molda/ em tantos negativos/ autorretrato do inatingível. O animal extremo, ninho-vazio-energia-matriz.