Um giro entre as partes que compõem este belo livro, lua nova, primavera, gaia, alquimia’’, e Thamires Andrade nos conduz à dança, convite sedutor à orquestração de suas palavras tão bem engendradas nesta obra. O sangue é razão do poema, assim como é a figura da tataravó, nua e impura. Até a abelha que aterrissou em seu quindim constitui a imagem da poesia, e, nesse movimento, os pedaços soltos do centro nunca dormem, seu coração nunca faz silêncio. A poeta, que põe beleza à mesa com seu passo firme, também constrói um parque de diversões cravado na areia da praia. Nesse baile, de ombros expostos, somos levados a reconhecer o belo nos seios diferentes. Neste livro cíclico, o prazer circula nas pernas suspensas e a fluidez da tarde pede mais um dia: eis a fruição estética que nos convoca e nos fascina.