As relações entre a mídia e o sistema penal sempre instigaram o autor em suas pesquisas, notadamente em tempos de globalização neoliberal. O interesse particular se funda na capacidade efetiva que os meios de comunicação de massa possuem de influenciar na formação da sociedade contemporânea e, mais especificamente, na atividade legiferante em matéria penal e na atuação dos principais atores processuais. Esta obra traz, portanto, um enfoque transdisciplinar que integra diferentes áreas do conhecimento num árduo processo de (des)construção do saber e de revisão crítica das Ciências Criminais em prol da elaboração de um pensamento que assuma a primazia dos direitos e garantias fundamentais. A partir da assunção da transdisciplinaridade, se apresenta de forma descritiva o diagnóstico das violências engendradas pelo atual vínculo entre o discurso punitivo contemporâneo que permeia a criminologia midiática e a política criminal que lhe é inerente. Com isso, se propõe uma análise dos discursos legitimadores do sistema penal, enfatizando-se as contradições profundas e intrínsecas ao discurso midiático que (de)forma a opinião pública e colabora para a construção de um não-Estado de Direito, concebido doutrinariamente como um Estado penal, versão pós-moderna do Estado policial.