A revolução burguesa no Brasil permitiu que as mulheres de classe urbana média e alta, das quais emergiram figuras históricas como Bertha Lutz e Patrícia Galvão (Pagu), contestassem o privilégio masculino. Porém, as conquistas obtidas foram acompanhadas de crescente rigidez dos papéis de gênero: ao criar uma ilusão de mudança, os novos papéis que surgiam mascaravam a dominação masculina. A preocupação central de Susan Besse nesse estudo é revelar a atuação de vários agentes - feministas, intelectuais, meios de comunicação, Igreja e Estado - nesse processo, mostrando ainda que foi mantida a discriminação nas classes inferiores, para as quais as oportunidades que se ofereciam não eram as mesmas das classes média e alta.