O que havia ali era silêncio e as fotos que o fitavam de cada lápide. Sempre antigas, sempre pálidas, como que encerradas cada uma num anel de vidro. Bem pequeno, ele pensava se não estavam ali as almas dos que se foram: presas, cada uma em sua foto, em espera perpétua. Com a singeleza de estilo, esta é a obra secreta de Rui Luis. Capaz de descrever e fixar cenas do cotidiano de modo singular, seus contos destrincham os sentimentos mais profundos da vida diária: temas comuns e despretensiosos tornam-se uma faca capaz de penetrar até no mais duro dos corações. A generosidade com os leitores e personagens é marca de um escritor sensível que vem mostrar seu lugar na produção literária brasileira.