Uma descoberta casual de dois pesquisadores norte-americanos trouxe uma nova luz sobre a vida dos funcionários da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, construída na Amazônia entre 1907 e 1912 e apelidada, por causa ao alto número de mortes de trabalhadores, de ferrovia do diabo ou ferrovia da morte. Estudando a presença de ex-confederados no Brasil, Gary e Rose Neeleman tiveram acesso aos pertences de um imigrante norte-americano que trabalhara na estrada de ferro. Entre eles havia algo de precioso: fotos inéditas e exemplares do jornal The Porto Velho Marconigram, escrito e editado por funcionários americanos da ferrovia. Até então, o único material iconográfico disponível sobre o assunto era o conjunto de fotografias do nova-yorkino Dana Merrill, abrigadas no Museu Paulista da Universidade de São Paulo e em um álbum montado pelo próprio fotógrafo e preservado na Biblioteca de Nova York.