Sempre tive curiosidade para saber sobre as fraturas no corpo de tio Pedro, Pois elas iam cicatrizando, o corpo ia se modificando e ele sempre muito forte, com suavidade e sorriso no rosto. Não se abatia diante de nós. Eu queria saber por quantas fraturas ele já tinha passado e como suportava aquelas dores de forma tão serena. Com o tempo percebi que era uma postura de amor e colaboração da família toda, mas que as dores não deixavam de existir, ele é que era forte e persistente com a vida, um ser iluminado e com muita fé em Deus. Quando eu estava escrevendo sobre Tio Pedro encontrei por duas vezes um panfletinho com as orações de santa Brígida e fiquei muito surpresa por que ela também tinha curiosidade sobre quantas marcas ficaram no corpo de nosso senhor Jesus, provocadas pelos açoites e os ferimentos diversos, causados pela coroa de espinhos, as agressões e flagelações no pretório e no caminho do calvário durante a sua cruel paixão. Depois que ela já era adulta, Jesus lhe apareceu e disse que havia recebido em seu corpo, cinco mil, quatrocentos e oitenta ferimentos e lhe revelou as quinze orações dizendo que se ela quisesse honrá-los em verdade, que rezasse essas orações e quinze Pai-nosso e Ave-maria todos os dias durante todo o ano que ao terminar teria venerado cada uma das suas chagas. Ouvi o chamado e entendi que teria que usar estas orações para honrar as chagas de Nosso Senhor Jesus e as chagas de meu Tio Pedro que com sabedoria e resistência nos ensinou a viver com persistência, oração e amor pela vida. Durante o tempo da escrita minha vida se transformou em oração e lembranças de rezas e cânticos que vivenciei junto com a família diante do altar, essas orações e cânticos foram também registradas aqui, pois, faziam parte da vida diária de tio Pedro.