Há um novo conjunto de condições sociais, políticas e tecnológicas que estão modificando de maneira significativa o modo como o desenvolvimento é produzido e reproduzido. E a questão do desenvolvimento local tem sido colocada na agenda política e teórica contemporânea com força renovada e atenção explícita na interação entre a espacialidade, a política e o papel do Estado. Este é o contexto deste trabalho, a atual territorialização das políticas de desenvolvimento, tendo como ponto central uma revisão de conceitos da análise regional. Uma revisão focada nos elementos constituintes do território do desenvolvimento: nas categorias produtivas - circuitos regionais de produção e cadeias produtivas; nos fatores de produção - arranjos entre empresas como fonte de competitividade, clusters e redes de cooperação; e, nos agentes - atores e instituições locais, competindo pelo controle do desenvolvimento local, endógeno e territorial. Desta forma, é uma revisão de conceitos que tem por mérito se apropriar da totalidade do espaço, tal como definida por Milton Santos (1985:64), "espaços de produção, circulação, distribuição e consumo" cada ponto solidário dos demais em todos os momentos - com elementos analiticamente distinguíveis e analiticamente enxergados, como se dispusessem de uma existência autônoma - mas, o espaço, como realidade, é uno e total". E este território do desenvolvimento enseja, ao menos, duas dimensões: a da espacialidade da produção econômica e da articulação em rede com todos os seus agentes. Uma articulação simultaneamente horizontal e vertical, tendo como base geradora o desenvolvimento endógeno, a gestão compartilhada, a governança regional e os arranjos inter-organizacionais. No campo do desenvolvimento local endógeno, o Estado tem papel indutor, em aliança com os governos locais; seu papel é parcial, mas significativo. Tem-se vantagem competitiva com a presença de capital humano, conhecimento, inovação e responsabilidade compartilhada. É baseado em políticas governamentais e ações que influenciam os fatores da produtividade regional, onde governo, setor privado e sociedade civil formulam uma agenda conjunta de atuação.