Em "Klov", a própria língua é personagem e justamente esse sabor da língua estrangeira (aqui, a nossa), o amor pela língua e pela criação das palavras e dos sentidos, por essa descoberta, torna-se uma espécie de fio condutor do livro.Às vezes as coisas querem ser ditas com outras palavras, outras vezes, as palavras querem ser talhadas em outras formas. Na construção afetiva da linguagem, traduzida e metaforizada na figura de Klov, tudo é um novo nome: talvez só mesmo uma autora estrangeira seja capaz de revelar tantos sabores ocultos na língua portuguesa. Com um talento raro e original, a polonesa Olga Kempinska constrói em "Klov" uma bela história de amor com a nossa língua.