A linguagem humana é um fenômeno que nos fascina e nos mantém ocupados até os dias de hoje, sejamos leigos ou especialistas. Como especialistas, nossos enfoques são os mais diversificados sobre esse cobiçado objeto. Nossa escolha, em particular, investiga a linguagem sob um enfoque cognitivista cujo interesse recai nos aspectos dos processos que oportunizam a geração de estruturas lingüísticas em nosso cérebro. As pesquisas lingüísticas com tal ênfase aliam-se a outras ciências cognitivas para entender o funcionamento do cérebro humano para as tarefas cognitivas revestidas de língua (linguagem). Temos, então, dois grandes braços aliados: a neurociência e a inteligência artificial. Ambas nos fornecem evidências e elementos que elucidam o processamento da linguagem humana. Juntos, os achados da neurobiologia e as simulações computacionais, tornam-se o grande aporte teórico para o paradigma conexionista. A compreensão do funcionamento cerebral faz com que entendamos a linguagem como mais um dos fenômenos realizados de forma física (eletroquímica) em nosso cérebro, assim como a emoção e outros estados psicológicos e/ou cognitivos que se manifestam em regiões (mais ou menos) especializadas e em determinados circuitos neuroniais, dependentes de nossas interações com o mundo, de nossas experiências exteriores e interiores. O conhecimento humano se encontra registrado nas incontáveis redes sinápticas (neuroniais); todos os sentidos contribuem para esse registro. A linguagem humana entra por eles e nos torna indivíduos singulares. Diante de nossa incontestável idiossincrasia lingüística, nossos cérebros comungam da faculdade da linguagem e da possibilidade de se unirem através dela. O conexionismo é uma forma promissora de um olhar diferenciado sobre conexões cerebrais que nos conectam com o mundo, sobretudo as conexões de linguagem.