Fulgor e Morte de Joaquín Murieta é a única peça teatral escrita pelo poeta chinelo Pablo Neruda, falecido em setembro de 1973. Surgido em forma de poesia na juventude do autor, foi posteriormente adaptado para os palcos - sem perder, no entanto, a beleza presente nos versos que valeram a Neruda o Prêmio Nobel de Literatura. É a história trágica de Joaquín Murieta, visto como herói pelo Chile e pelo México, reivindicadores ambos de ser o local de seu nascimento. Participando da corrida do ouro, na Califórnia, Murieta tem a mulher assassinada numa ação racista. A partir de então, jura vingança e se transforma num justiceiro - que inspirou a famosa lenda do Zorro. Mineiros, camponeses, pescadores e aventureiros chilenos, acostumados a vencer as dificuldades de uma América Latina áspera e pobre, deslumbram-se violentamente com a incrível Corrida do Ouro, na Califórnia. Pelo fato de os ianques terem atravessado o continente em lentas carroças, os chilenos curiosamente conseguiram realizar a façanha de chegar antes ao local do ouro. Entre eles estava o mais famoso "bandido e fora-da-lei": Joaquín Murieta. Ele teve a sorte de encontrar ouro e casar-se com a mulher que amava, sua compatriota Teresa. Porém, enquanto procurava novas jazidas, a tragédia aconteceu. Ao regressar e encontrar a esposa morta, Murieta torna-se um vingador. A partir de então, humilhações e atentados realizados por grupos racistas não mais ficaram impunes. Segundo a lenda, o chileno e seu bando roubavam do rico para dar ao pobre - ou seja, devolviam aos despojados o que tomavam dos despojadores.