O inegável talento e a prodigiosa energia de Claudio Edinger, já atestados em seus outros livros, se voltam agora para a cidade do Rio de Janeiro. Claudio arrancou a câmara quatro-por-cinco de seu habitual ambiente de cautela e veneração para arrastá-la pelo universo profano, hedonista, irritadiço e acelerado da cidade maravilhosa. Assim, não encontramos em Rio a decantada nitidez nem a composição aristocrática características das paisagens realizadas com câmaras de grande formato, e sim imagens dinâmicas, vibrantes, com grandes áreas de foco impreciso, como se houvessem sido entrevistas da janela de um carro em movimento. São imagens trepidantes, que traduzem a turbulência da cidade aflita na busca da felicidade perdida mas ainda prometida por seu epíteto de maravilhosa.