Aborda a realização da Primeira Conferência Brasileira de Proteção à Natureza, em 1934. E analisa, oportunamente, a maneira como um grupo de naturalistas ligados à proteção da natureza e articulados ao contexto político-intelectual desempenhou papel relevante na formulação de políticas públicas relacionadas à conservação do patrimônio natural brasileiro durante o governo Vargas. A conferência representou a concretização de todo o esforço de mobilização dos interessados na conservação da natureza, tendo inserido o Brasil nos debates internacionais preservacionistas e conservacionistas. Desde então, o tema ´proteção da natureza´ passou a ter cada vez mais visibilidade, sendo incorporado à Constituição brasileira de 1934 como assunto de responsabilidade da União, originando daí o nascimento de políticas efetivas por parte do governo - como legislações específicas, códigos de Caça e Pesca, de Águas, Florestal e outros -, além da criação dos primeiros parques nacionais brasileiros. As questões e soluções apontadas pelos quatro naturalistas e divulgadores científicos da época, que compunham este grupo - Alberto José Sampaio, Armando Magalhães Corrêa, Cândido de Mello Leitão e Frederico Carlos Hoehne - são atuais e constituem parte da discussão ambiental contemporânea. O trabalho histórico dos autores eleva o tema, de grande importância: a defesa do patrimônio natural do Brasil, demonstrando como os ideólogos precursores acabaram por ter suas idéias submersas pela ´maré desenvolvimentista´.