Uma autobiografia exuberante, com uma profundidade em sua doçura que poucos conseguem igualar.´´ Entertainment Weekly Fun Home é um dos maiores fenômenos literários desta década. Eleito o ``livro do ano´´ em 2006 pela revista Time, figurou na lista de livros mais vendidos do The New York Times e faturou diversos prêmios (entre eles, o Eisner Awards de Melhor Não-Ficção). O álbum é um livro de memórias, onde a quadrinista Alison Bechdel revisita a sua infância e adolescência - especialmente a descoberta de sua homossexualidade e a difícil relação com seu pai Bruce Bechdel. Homossexual não-assumido, Bruce passava mais tempo cuidando e reformando o casarão vitoriano que moravam do que dando atenção à família. Com forte teor literário, Alison conduz a história com maestria, fazendo referências a inúmeros clássicos da literatura universal. Sua relação com o pai a faz lembrar do mito de Ícaro e Dédalo, a sua mãe, atriz amadora, ora é um personagem de Henry James, ora de Oscar Wilde. A proximidade de Alison com as letras vem do berço: Bruce era professor de literatura em Beech Creek, a pequena cidade onde a autora cresceu. A outra ocupação de Bruce era cuidar da casa funerária da família - funeral home, em inglês - que, abreviada para fun home (``casa da diversão´´) pelas crianças, dá título ao livro. Com o traço limpo e detalhado, complementado por toques aquarelados (sempre num tom de verde), Fun Home é uma obra-prima dos quadrinhos - um livro inteligente e revelador, ultrapassando gêneros e utilizando todo o potencial que a sua própria linguagem oferece.