Os oito ensaios que formam este livro inauguram um novo método de discussão da filosofia heideggeriana. Abordagem que é fundada na comparação dos escritos e das aulas do filósofo com o contexto teórico, no qual elaborou o seu pensamento, a partir de uma investigação das fontes às quais foi buscar elementos ou com aquelas em relação às quais tomou um devido distanciamento. O seu encadeamento traduz uma interrogação fundamental: qual foi a ressonância na obra de Heidegger da «crise» aberta na teologia liberal, os Geisteswissenschaften e a filosofia da história, da Guerra de 1914? Partindo da leitura detalhada de textos, por vezes inéditos, como o curso de 1921 sobre Santo Agostinho, distanciando-se, igualmente, do fechamento nos limites do método heideggeriano, como da redução da sua filosofia a um simples posicionamento ideológico, Jeffrey Andrew Barash contribui de modo decisivo para clarificar as origens e as implicações da tentativa de identificar um «impensado» sob o ideal de «validade universal» no pensamento da história. Interpretando o juízo de Heidegger sobre a II Guerra Mundial, agrupa, por fim, os elementos que permitem perceber, no coração da concepção heideggeriana de história do Ser, uma «falha» indefinidamente retomada, relativa à própria ideia de imparcialidade intelectual. Um livro fundamental para quem se interessa por Heidegger, um dos filósofos mais conhecidos mas escassamente entendido.