A obra narra a história de Rose, que passou a vida tentando conquista o amor de sua mãe - uma mulher com sérios distúrbios de personalidade, finalmente identificados pela filha como traços de psicopatia. Na infância, Rose sofreu maus tratos físicos e psicológicos, foi espancada, humilhada, difamada pela própria mãe, que repetia constantemente o quanto seu nascimento a fizera infeliz e trouxera dissabores para sua vida. Apesar do ambiente adverso e sem perspectivas, a autora conseguiu estudar e trabalhar, o que lhe concedeu um pouco de liberdade, até que, com a morte do pai, teve de se dedicar aos cuidados da mãe agressora. Mesmo sem entender o motivo de tanta crueldade e desprezo, convivendo com a culpa de não se sentir merecedora do afeto maternal, Rose conseguiu manter certo equilíbrio que a conduziu a uma carreira profissional bem-sucedida e a um casamento feliz. Somente então, quando por acaso leu um livro sobre psicopatia, conseguiu vislumbrar uma personalidade tão singular. Ao compreender que não haveria como despertar-lhe amor ou qualquer tipo de emoção, embora se sentindo frustrada por não ser capaz de influenciá-la com bons exemplos e dedicação, fez um grande esforço no sentido de aceitar a realidade e escolher o perdão como forma de libertar-se das amarras do desamor e de qualquer desejo de vingança. "Deus nos deu o livre arbítrio para que possamos escolher os nossos caminhos. Eu escolhi o amor e o perdão." Um livro muito bem escrito, apesar do tema difícil e pesado. Mais que uma catarse, oferece pistas para o reconhecimento desse transtorno e de como lidar com ele.