O Liberalismo Antigo e Moderno apresenta uma história crítica de três séculos da ideia liberal. Trata-se de uma síntese indispensável para o entendimento do mundo contemporâneo. Publicado em 1991, é como se este livro fosse ainda mais atual hoje em dia, pois José Guilherme Merquior descreve o liberalismo como uma autêntica visão do mundo, composta por preocupações políticas, econômicas e filosóficas. A articulação desses três níveis assegura a originalidade e o interesse permanente deste livro. Do ponto de vista político, liberalismo implica uma defesa intransigente das liberdades individuais. Economicamente, liberalismo supõe tanto o livre mercado quanto a preocupação com a igualdade social e, sobretudo, ao mesmo tempo. Por fim, filosoficamente, liberalismo exige a valorização da capacidade permanente de transformação das próprias ideias. Todo pensador liberal, Merquior ensina, deve ser macunaímico ou não será suficientemente crítico. Por isso mesmo, O Liberalismo Antigo e Moderno enfatiza a diversidade constitutiva da tradição liberal. De fato, sua pluralidade exige que se fale de liberalismos e a afirmação inequívoca desse traço é uma das maiores contribuições da reflexão de Merquior. Desse modo, este livro questiona um lugar-comum dominante na recepção do liberalismo na tradição do pensamento brasileiro, qual seja, a redução da tradição liberal à defesa do livre mercado. Em outras palavras, a equivalência simples entre liberalismo e dimensão exclusivamente econômica. Tal reducionismo tem nome próprio: liberismo. Pelo contrário, Merquior recupera a complexidade da ideia liberal e vai além, defendendo a necessidade de incluir a preocupação social, especialmente em países como o Brasil e vale a pena reiterar a originalidade da reflexão de Merquior. Em suma, O Liberalismo Antigo e Moderno obriga o leitor do século XXI a uma necessária e bem-vinda reavaliação de sua própria atitude em relação à ideia liberal.