O autor faz uma análise de três momentos históricos fundamentais. O primeiro é o período colonial, quando as relações hierarquizadas entre colonizadores e "colonizados" contribuíram para a construção de um imaginário eurocêntrico, que fixou imagens inferiorizadas dos povos de outros continentes. O segundo é o momento da divisão internacional do trabalho, que levou ao deslocamento da mão-de-obra dos "nativos" das colônias para os grandes centros de migração. Tal processo ocorreu no interior do modelo fordista de acumulação, com grande mobilidade social da classe trabalhadora européia, que deixou espaços para imigrantes no mercado de trabalho mal remunerado. O imaginário social atualizou, assim, as experiências construídas no período anterior, dando origem a um mercado etnicamente segmentado, com imagens estereotipadas dos vários grupos. O terceiro momento analisado retrata a expansão do turismo como atividade nos países emissores e receptores, identificando a modernização como fator que impulsionou seu desenvolvimento. A abordagem dos países receptores, que tem o Brasil como exemplo, apresenta uma crítica ao economicismo e ao tecnicismo presentes no modelo de desenvolvimento do turismo, que aprofunda a exclusão social e favorece o ressurgimento do caráter exploratório, antes representado pelo colonizador, na figura do atual turista sexual.