Ficção e realidade misturam-se na dose exata em “Último Aurélio ou o cadáver adiado”, segundo romance de Antenor Pimenta, autor mineiro que conta histórias de paixões proibidas, santas perdidas e padres sem culpa. A história se passa em São João Evangelista, pequena cidade escondida em Minas Gerais. O lugarejo, a 300 quilômetros de Belo Horizonte, é a cidade natal de Antenor Pimenta, que inventa uma história baseada em alguns fatos reais, episódios da vida de moradores da cidade, suas raízes e mistérios. O todo-poderoso Coronel Cornélio Pimenta, que surge no romance como um dos fundadores da cidade, é, na realidade, o bisavô do autor. No rastro aparece Floriana Pimenta, a protagonista de um tórrido romance com o Último Aurélio do título. A moça era a santa da cidade até conhecer esse homem comum que ousou vê-la sem o véu da santidade. Deu no que deu: o amor clandestino e pagão entre os dois, que deixavam a moral do lado de fora e trancavam-se horas a fio num quarto de bordel.