A expulsão de estrangeiros do território brasileiro foi utilizada no Brasil contra italianos acusados de tentar "contaminar" o país com ideologias "exóticas" e era uma ameaça constante para os imigrantes, que eram reprimidos por suas supostas atividades políticas. Entre 1924 e 1945, em São Paulo, a polícia política vigiou as ações antifascistas dos italianos anarquistas ou suspeitos de comunismo. Paradoxalmente, durante a II Guerra Mundial, todos os italianos foram identificados como "súditos do Eixo". O mito das "conspirações internacionais" prestou-se também para unir a população em torno do projeto étnico-político sustentado pelos governos republicanos no Brasil e alimentou o nacionalismo xenófobo. A pesquisadora Viviane Teresinha dos Santos perscruta os caminhos da repressão política que mapeava e oprimia as atividades "subversivas" dos cidadãos italianos, a partir da leitura dos prontuários produzidos pelo Departamento de Ordem Política e Social (DEOPS) - sob a guarda do Arquivo Público do Estado.