Trancado num quarto-forte da então Colônia Juliano Moreira, hospício carioca, Arthur Bispo do Rosario criou, ao longo de 50 anos, um mundo novo. Miniaturas, mantos, estandartes brotaram de suas mãos, ganharam cor, deram um novo sentido, uma outra estética à sucata do asilo psiquiátrico. Para Bispo, tratava-se de uma obra ditada por anjos, para ser apresentada a Deus no Juízo Final. Para vários críticos, no entanto, era pura arte. Em 1989, o paciente - diagnosticado pela psiquiatria como esquizofrênico-paranoico - morreu e deu passagem a um artista plástico consagrado, devidamente inserido no circuito da arte contemporânea. Em 1995, seus bordados, assemblages e estandartes representaram o Brasil na Bienal de Veneza e até hoje são expostos nos mais prestigiosos museus internacionais. Em Arthur Bispo do Rosario - O senhor do labirinto, que ganha nova edição, revista e ampliada, Luciana Hidalgo se equilibra entre o delírio e a realidade para desvendar uma das personalidades mais impressionantes do país. Premiado com o Jabuti na categoria reportagem em 1997, o livro tornou-se referência ao abordar a delicada questão do tratamento de usuários de serviços de saúde mental e a relação íntima entre loucura e criação artística, a partir da vida e obra de Bispo do Rosario. Com uma narrativa fluente, herdada da carreira jornalística da autora, e um enriquecedor encarte de fotografias do artista e de suas obras, O senhor do labirinto foi a primeira biografia de Bispo do Rosario e mantém-se como uma das principais fontes de pesquisa sobre esse sergipano descendente de escravos. O livro foi adaptado para o cinema e deu origem ao filme homônimo de Geraldo Motta (codireção de Gisela de Mello), com roteiro da autora e do diretor. Vencedor do prêmio de melhor filme pelo voto popular no Festival do Rio em 2010, o longa-metragem tem lançamento previsto para 2012.Premiado com o Jabuti na categoria reportagem em 1997, o livro aborda a delicada questão do tratamento das doenças psiquiátricas e a relação íntima entre loucura e criação artística, a partir da vida e obra de Arthur Bispo do Rosario, interno da colônia Juliano Moreira, no Rio, e dono de uma extensa obra que emociona o público em várias partes do mundo.