Pura cor oferece um mergulho na beleza da imperfeição, explorando os limites do indizível. Espirituosa e comovente, a escrita de Sheila Heti reflete sobre o que constitui as relações contemporâneas. Esta é a história de Mira, que se divide entre o amor que sente por Annie, que lhe parece um peixe desatento, e o amor pelo pai, que lhe parece um urso acolhedor. Todos vivem no primeiro rascunho da Criação, sob as pinceladas errantes de Deus. O pai de Mira presenteou a filha com uma raridade: a cor pura. Em disquinhos circulares e duros, o objeto trazia uma coloração sólida envolta pelo brilho de uma joia polida. Uma cor estante, que está para o lado de dentro, introvertida feito um animalzinho tímido. O presente torna-se uma espécie de relicário, prova física do amor e da presença paterna. Acompanhamos, por meio de Mira, as transformações, os sentimentos e as sensações que um corpo humano atravessa ao longo da vida [...]