Décadas de artigos universitários, debates, lutas e movimentos eclesiais de base não solucionaram os maiores problemas sociais do Brasil. O País continua gigante econômico e anão social. O que faltou? O nó da questão brasileira é a incapacidade coletiva de realizar políticas públicas de amparo ao cidadão desde a infância até a velhice. Esta incapacidade condena todo brasileiro a garantir-se sozinho contra o medo do futuro mediante a acumulação individual no presente. A corrida geral para a acumulação, comandada pelo instinto da sobrevivência pessoal e da prole, dilacera a sociedade em dois Brasis, estrangeiros e violentos entre si: O Brasil que consegue acumular e o Brasil que não consegue. Um é o Brasil da classe média-alta, o outro é o Brasil que restou. O intelectual brasileiro, por exemplo, antes de ser professor renomado ou religioso praticante, é um indivíduo instintual que ganha 3/5 mil e paga ao empregado 300/500, autor da exclusão que combate verbalmente. O futuro social da nação brasileira dependerá da sua capacidade de eliminar o instinto geral da acumulação individual. Tal meta, todavia, só é alcançada quando uma sociedade possui valores morais comuns, os quais produzem nos cidadãos a convergência das mentes, a confiança recíproca e a energia nacional para sair do privado e ingressar no público. Quem, entre nós, o fará? Esmeralda é figura da evolução racional e da espiritualidade meditativa, força interior que reúne os diversos na caminhada comum.