Em Sade, Fourier, Loyola, Roland Barthes diz que o texto é um objeto de prazer, e sua capacidade máxima de deleite é quando a escrita do outro transmigra para o nosso mundo interior: uma conjunção, uma coexistência. Mas, e quando essa fricção tão profunda é, também, da ordem da perturbação, aquela que torna o prazer perigosamente próximo da morte? Há textos que se situam em zonas limítrofes. Agarram-nos pelos ombros e nos arrastam àquele espaço sem forma onde sexo e morte são indistinguíveis. Esse é o território em que o erótico e o pornográfico se confirmam meras categorizações culturais do prazer, suas gradações decididas por aqueles que pretendem demarcar as fronteiras entre libido e pulsão. Aqui, Jozias Benedicto se posiciona como os invasores bárbaros da ordem de Sade, Genet, Hilst. Os autores que rasgam a pele do biombo entre o permitido e o proibido sabem que o deleite do leitor não consiste em acepção voltada exclusivamente ao aprazível e ao gozo. Benedicto é (...)