Dos primeiros tempos como aprendiz de marchand aos últimos dias de sua breve vida de pintor, Vincent van Gogh (1853-1890) manteve intensa correspondência com seu irmão Theo (1857-1891). São centenas de cartas, em que Van Gogh compartilha decisões e desesperanças; comenta as obras dos pintores que admira e os livros que lê; pede tubos de tinta e reclama da penúria material; mas sobretudo reflete, no calor da hora, sobre suas próprias telas, que por via da escrita se reapresentam aos nossos olhos com toda a vibração sensorial e espiritual que Van Gogh lhes imprimiu — e que a celebridade mercantil dos dias de hoje talvez lhes venha roubando. Traduzida diretamente dos originais em holandês e francês, esta seleção das Cartas a Theo oferece ao leitor brasileiro uma porta de entrada privilegiada para ingressar no universo do pintor — e para travar contato com um dos grandes textos que o século XIX nos legou.