Experimentador máximo da linguagem, Waly Salomão traça o perfil definitivo de seu interlocutor e amigo Hélio Oiticica, um dos mais relevantes artistas brasileiros do século XX.“Qual é o parangolé?”, explica Waly Salomão a dada altura do perfil de Hélio Oiticica, “era uma expressão muito usada quando cheguei da Bahia para viver no Rio de Janeiro, e significava ‘O que é que há?’.” A mesma fluidez da gíria do morro aparece nos parangolés criados por Hélio Oiticica, objetos abertos à contingência e ao movimento. A trajetória de um dos mais relevantes artistas de vanguarda do século XX é desenhada com estilo e desenvoltura pelo poeta que não via limites para a experimentalidade e a ousadia. Um encontro de gênios, beneficiado pela proximidade dos dois interlocutores e amigos e pelo conhecimento de quem atuou como conselheiro do acervo de Oiticica e editor de seus textos.