A partir da lógica dos Orikis, forma poética de origem africana, a grande poeta Miriam Alves exalta os orixás femininos: Yemanjá, Oxum, Yansan, Nanã, Obá. É assim que seu longo poema invoca os quatro componentes — que formam a Terra e os domínios dessas yabás — e reconstrói, a partir da escrita, alguns elementos e conceitos fundamentais afro-brasileiros, transmitidos oralmente na religiosidade e no cotidiano, transformando-se em resistência cultural.\nArô Boboi! faz parte da nova série de plaquetes do Círculo de Poemas. Nela, escritoras e escritores são convidados a escolher o mapa de um lugar — real, inventado, desejado — e escrever a partir dele. Ao saudar o orixá Oxumarê, Miriam Alves constrói versos cujo mapa se espelha nas linhas traçadas por Rosana Paulino, em sua série Búfala. A obra da artista mineira acompanha a edição.