A obra se inicia com a discussão sobre o processo de desenvolvimento do semiárido baiano a partir da seca que. historicamente. se constituiu em importante instrumento de exploração econômica e de dominação política. servindo de justificativas para transformar os benefícios públicos em favores políticos e para a transferência de recursos públicos para a iniciativa privada. Discute a região semiárida numa perspectiva sociológica. focalizando as formas como os sertanejos se relacionam entre si e com a natureza e sua visão peculiar de mundo e de economia. demonstrando que o modelo de desenvolvimento empreendido serviu principalmente para alimentar o processo de acumulação de capital. Riqueza e pobreza conviveram e ainda convivem lado a lado. amparados no sistema de classes sociais. cujos conflitos são mediados pelo Estado que recorre a mecanismos ideológicos para mantê-los hibernados. buscando convencer a sociedade da eficácia das políticas públicas em execução. Finaliza o trabalho oferecendo. para o debate. um projeto de desenvolvimento para a região semiárida. cuja implementação requer o rompimento da hegemonia atual do Estado. com um pacto entre as classes sociais subalternas para o enfrentamento do grande capital.